domingo, 5 de dezembro de 2010

Afinal o que é que muda?


Como se já não bastassem as inúmeras empresas em Portugal que fogem aos impostos através de “buracos” no sistema legal, procedendo à criaçâo de holdings e empresas no estrangeiro como é o exemplo da PT, que este ano realizou o maior negócio do ano na europa e não pagará os 570 milhoes de dividendos ao Estado, como a banca, tendo como exemplos mais gritantes o BPI que poupou em impostos relativamente a 2009 29,5 milhões de euros apesar de ter tido lucros na ordem dos 10,8%, o BCP 27,2 milhões de euros apesar do crescimento de 22%, o BES 23,4 milhões apesar de crescer 12,4%, casos como a Galp em que a “Amorim Energia” paga 0€ de impostos sobre os dividendos, ou o caso do Montepio que apesar da compra do Finibanco ficou isento de IRC, sendo que também o Finibanco ficou abrangido pela mesma isenção, a juntar a isso o Finibanco ainda vai ficar isento relativamente aos impostos pagos entre 2001 e 2007 e cujo o valor ascende a 25,4 milhões de euros. Como se tudo isto não bastasse a nova excepção aos cortes salariais vai permitir aos altos quadros continuar a acumular as suas pensões e salários elevadissimos sendo que as proibições só terão efeito para futuros gestores e não para os actuais dirigentes em funções.
Num País onde o ordenado mínimo não chega sequer aos 500€ mensais, onde já se fala da possível congelação do prometido aumento para 2011, onde a procura de ajuda a instituições de solidariedade atinge valores históricos e cujas previsões indicam um aumento continuado para o ano que se avizinha, um País onde ajudas essências são retiradas a famílias em necessidade em nome da retoma económica e do bem comum, onde, como sempre, a base mais profunda da hierarquia faz todos os sacrifícios em nome das camadas superiores que enriquecem desmesuradamente graças a artifícios legais que os favorecem, era preciso um Governo com coragem, que se diz convicto na sua luta contra as desigualdades e mais agora contra a profunda crise que nos abala pegar definitivamente nas rédeas deste País e se preciso for obrigar, ainda que de forma ditaturial, a crescente canalhada que cresce a custa do País, a pagar como todos os outros. O Governo deve rever as leis fiscais que permitem a esses “empresários” ficar impunes no que ao pagamento de impostos diz respeito e limpar definitivamente as fileiras de Boys que constantemente se contratam, a máquina do Estado deveria ser uma empresa com uma organização semelhante a outra qualquer, os seus funcionários e das empresas ligadas a si só deveriam ser substituídos mediante as mesmas condições que assistem a qualquer trabalhador dum privado e não de cada vez que o Governo muda. As acomulações de reformas são uma abominação e uma falta de respeito para quem trabalha mais de 6 décadas e no fim de dar o seu contributo para o desenvolvimento do País se veja obrigado a governar o resto da sua vida, em muitos casos, com pouco mais de 200€. Portugal não é um País livre, tivemos uma revolução de faz de conta, onde só a classe política lucrou.

O Silêncio

O silêncio no olhar de uma criança,
o perfume na simplicidade da flor,
o conforto no calor do abraço,
o recado no valor do sorriso,
o alívio no frescor da brisa,
a segurança na palavra amiga;
tudo me leva a crer: sou mesmo um pobre

Frãn

As pessoas entre os 15 e os 30 anos

As pessoas entre os 15 e os 30 anos parecem não se interessar por nada. É uma geração que parece não ter sentimentos dinâmicos. É raro encontrarmos nela o sentido do patético, da excitação. E tenho pena.

Falta paixão cerebral. Não faltam emoções nem sentido de decisão. Mas o protesto de hoje é dirigido pelo cepticismo. Já não há rebeldes que queiram defender a salvação do mundo. O entusiasmo de antigamente, as acções contra a guerra do Vietname, contra o imperialismo e o capitalismo, era empolgante. Os estudantes de hoje já não se deixam levar. O sistema actual está montado na apatia politica.

Autor Desconhecido