quarta-feira, 24 de março de 2010

Nova Dieta?

Ora esta semana enquanto me dirigia para o trabalho, ia ouvindo a radio quando, de súbito uma noticia capta a minha atenção!
     Uma rádio anunciava que, segundo um estudo, o vinho ajuda ao emagrecimento nas mulheres!
Já estou a ver as senhoras a trocarem a habitual taçinha de cereais integrais e barrinhas integrais e outros afins com meia dúzia de calorias suficintes para suprir as necessidades energéticas dum hamster durante cinco minutos (tendo em conta a sua actividade física na roda), por umas sopinhas de cavalo cansado!
    

segunda-feira, 22 de março de 2010

Em Abril, Águas Mil

Ultimamente, tenho-me sentido algo revolucionário! E quando digo revolucionário digo-o com as regalias todas: empunhar as bandeiras e os cartazes com as epígrafes de combate à repressão Estatal, ao chamado Estado de Direito, parar o trânsito com manifs abismais em que existe sempre a contradição de números entre governo e sindicatos…como é óbvio não estou a falar do 25 de Abril! Quer dizer, estou, mas com alguma tristeza, pois o que se passou então, ainda nos nossos dias se passa.

Falo de números, adesão, componente humana, solidariedade social, dever cívico de chamar à atenção os senhores que seguram o leme do nosso país, que são precisas medidas que se estendam a todos e não somente a alguns, o principal fundamento dum partido de cariz socialista é a igualdade entre pares, mas analisando os últimos anos e as inúmeras medidas de combate às crises, sim, crises! O que se constata é que as medidas socialistas tem cavado um autêntico fosso entre as classes sociais do nosso país, aumentando ridiculamente as diferenças salariais e poder de compra entre as classes pequena, média e alta, aliás parece-me que a persistir em rumos semelhantes, não tarda muito desaparece a classe média e para regozijo do PCP e do Bloco De Esquerda passamos de novo a ter apenas proletariado e capitalistas e três vivas as ideias marxistas!

Tal como naquela altura, hoje são também poucas as vozes que se levantam, é necessário relembrar Abril, é necessário dar a conhecer Abril a quem não o viveu e é necessário respeitar aqueles que por uma causa maior arriscaram as suas vidas para que hoje possamos dizer que vivemos em liberdade de expressão…tomemos a palavra, vamos à rua, desta vez não uns milhares por um país, mas todos pelo seu próximo.

OS VAMPIROS - ZECA AFONSO

No céu cinzento sob o astro mudo

Batendo as asas pela noite calada

Vêm em bandos com pés veludo

Chupar o sangue fresco da manada





Se alguém se engana com seu ar sisudo

E lhes franqueia as portas à chegada

Eles comem tudo eles comem tudo

Eles comem tudo e não deixam nada [Bis]

















A toda a parte Chegam os vampiros

Poisam nos prédios poisam nas calçadas

Trazem no ventre despojos antigos

Mas nada os prende às vidas acabadas









São os mordomos do universo todo

Senhores à força mandadores sem lei

Enchem as tulhas bebem vinho novo

Dançam a ronda no pinhal do rei









Eles comem tudo eles comem tudo

Eles comem tudo e não deixam nada







No chão do medo tombam os vencidos

Ouvem-se os gritos na noite abafada

Jazem nos fossos vítimas dum credo

E não se esgota o sangue da manada







Se alguém se engana com seu ar sisudo

E lhe franqueia as portas à chegada

Eles comem tudo eles comem tudo

Eles comem tudo e não deixam nada







Eles comem tudo eles comem tudo

Eles comem tudo e não deixam nada

sábado, 13 de março de 2010

As Portas que Abril Abriu!

Era uma vez um país

onde entre o mar e a guerra

vivia o mais infeliz

dos povos à beira-terra.

Onde entre vinhas sobredos

vales socalcos searas

serras atalhos veredas

lezírias e praias claras

um povo se debruçava

como um vime de tristeza

sobre um rio onde mirava

a sua própria pobreza.



Era uma vez um país

onde o pão era contado

onde quem tinha a raiz

tinha o fruto arrecadado

onde quem tinha o dinheiro

tinha o operário algemado

onde suava o ceifeiro

que dormia com o gado

onde tossia o mineiro

em Aljustrel ajustado

onde morria primeiro

quem nascia desgraçado.



Era uma vez um país

de tal maneira explorado

pelos consórcios fabris

pelo mando acumulado

pelas ideias nazis

pelo dinheiro estragado

pelo dobrar da cerviz

pelo trabalho amarrado

que até hoje já se diz

que nos tempos do passado

se chamava esse país

Portugal suicidado.



Ali nas vinhas sobredos

vales socalcos searas

serras atalhos veredas

lezírias e praias claras

vivia um povo tão pobre

que partia para a guerra

para encher quem estava podre

de comer a sua terra.



Um povo que era levado

para Angola nos porões

um povo que era tratado

como a arma dos patrões

um povo que era obrigado

a matar por suas mãos

sem saber que um bom soldado

nunca fere os seus irmãos.



Ora passou-se porém

que dentro de um povo escravo

alguém que lhe queria bem

um dia plantou um cravo.



Era a semente da esperança

feita de força e vontade

era ainda uma criança

mas já era a liberdade.



Era já uma promessa

era a força da razão

do coração à cabeça

da cabeça ao coração.

Quem o fez era soldado

homem novo capitão

mas também tinha a seu lado

muitos homens na prisão.



Esses que tinham lutado

a defender um irmão

esses que tinham passado

o horror da solidão

esses que tinham jurado

sobre uma côdea de pão

ver o povo libertado

do terror da opressão.



Não tinham armas é certo

mas tinham toda a razão

quando um homem morre perto

tem de haver distanciação



uma pistola guardada

nas dobras da sua opção

uma bala disparada

contra a sua própria mão

e uma força perseguida

que na escolha do mais forte

faz com que a força da vida

seja maior do que a morte.



Quem o fez era soldado

homem novo capitão

mas também tinha a seu lado

muitos homens na prisão.



Posta a semente do cravo

começou a floração

do capitão ao soldado

do soldado ao capitão.



Foi então que o povo armado

percebeu qual a razão

porque o povo despojado

lhe punha as armas na mão.



Pois também ele humilhado

em sua própria grandeza

era soldado forçado

contra a pátria portuguesa.



Era preso e exilado

e no seu próprio país

muitas vezes estrangulado

pelos generais senis.



Capitão que não comanda

não pode ficar calado

é o povo que lhe manda

ser capitão revoltado

é o povo que lhe diz

que não ceda e não hesite

– pode nascer um país

do ventre duma chaimite.



Porque a força bem empregue

contra a posição contrária

nunca oprime nem persegue

– é força revolucionária!



Foi então que Abril abriu

as portas da claridade

e a nossa gente invadiu

a sua própria cidade.



Disse a primeira palavra

na madrugada serena

um poeta que cantava

o povo é quem mais ordena.



E então por vinhas sobredos

vales socalcos searas

serras atalhos veredas

lezírias e praias claras

desceram homens sem medo

marujos soldados «páras»

que não queriam o degredo

dum povo que se separa.

E chegaram à cidade

onde os monstros se acoitavam

era a hora da verdade

para as hienas que mandavam

a hora da claridade

para os sóis que despontavam

e a hora da vontade

para os homens que lutavam.



Em idas vindas esperas

encontros esquinas e praças

não se pouparam as feras

arrancaram-se as mordaças

e o povo saiu à rua

com sete pedras na mão

e uma pedra de lua

no lugar do coração.



Dizia soldado amigo

meu camarada e irmão

este povo está contigo

nascemos do mesmo chão

trazemos a mesma chama

temos a mesma ração

dormimos na mesma cama

comendo do mesmo pão.

Camarada e meu amigo

soldadinho ou capitão

este povo está contigo

a malta dá-te razão.



Foi esta força sem tiros

de antes quebrar que torcer

esta ausência de suspiros

esta fúria de viver

este mar de vozes livres

sempre a crescer a crescer

que das espingardas fez livros

para aprendermos a ler

que dos canhões fez enxadas

para lavrarmos a terra

e das balas disparadas

apenas o fim da guerra.



Foi esta força viril

de antes quebrar que torcer

que em vinte e cinco de Abril

fez Portugal renascer.



E em Lisboa capital

dos novos mestres de Aviz

o povo de Portugal

deu o poder a quem quis.



Mesmo que tenha passado

às vezes por mãos estranhas

o poder que ali foi dado

saiu das nossas entranhas.

Saiu das vinhas sobredos

vales socalcos searas

serras atalhos veredas

lezírias e praias claras

onde um povo se curvava

como um vime de tristeza

sobre um rio onde mirava

a sua própria pobreza.



E se esse poder um dia

o quiser roubar alguém

não fica na burguesia

volta à barriga da mãe.

Volta à barriga da terra

que em boa hora o pariu

agora ninguém mais cerra

as portas que Abril abriu.



Essas portas que em Caxias

se escancararam de vez

essas janelas vazias

que se encheram outra vez

e essas celas tão frias

tão cheias de sordidez

que espreitavam como espias

todo o povo português.

Agora que já floriu

a esperança na nossa terra

as portas que Abril abriu

nunca mais ninguém as cerra.



Contra tudo o que era velho

levantado como um punho

em Maio surgiu vermelho

o cravo do mês de Junho.



Quando o povo desfilou

nas ruas em procissão

de novo se processou

a própria revolução.



Mas eram olhos as balas

abraços punhais e lanças

enamoradas as alas

dos soldados e crianças.



E o grito que foi ouvido

tantas vezes repetido

dizia que o povo unido

jamais seria vencido.



Contra tudo o que era velho

levantado como um punho

em Maio surgiu vermelho

o cravo do mês de Junho.



E então operários mineiros

pescadores e ganhões

marçanos e carpinteiros

empregados dos balcões

mulheres a dias pedreiros

reformados sem pensões

dactilógrafos carteiros

e outras muitas profissões

souberam que o seu dinheiro

era presa dos patrões.



A seu lado também estavam

jornalistas que escreviam

actores que se desdobravam

cientistas que aprendiam

poetas que estrebuchavam

cantores que não se vendiam

mas enquanto estes lutavam

é certo que não sentiam

a fome com que apertavam

os cintos dos que os ouviam.



Porém cantar é ternura

escrever constrói liberdade

e não há coisa mais pura

do que dizer a verdade.



E uns e outros irmanados

na mesma luta de ideais

ambos sectores explorados

ficaram partes iguais.



Entanto não descansavam

entre pragas e perjúrios

agulhas que se espetavam

silêncios boatos murmúrios

risinhos que se calavam

palácios contra tugúrios

fortunas que levantavam

promessas de maus augúrios

os que em vida se enterravam

por serem falsos e espúrios

maiorais da minoria

que diziam silenciosa

e que em silêncio fazia

a coisa mais horrorosa:

minar como um sinapismo

e com ordenados régios

o alvor do socialismo

e o fim dos privilégios.



Foi então se bem vos lembro

que sucedeu a vindima

quando pisámos Setembro

a verdade veio acima.



E foi um mosto tão forte

que sabia tanto a Abril

que nem o medo da morte

nos fez voltar ao redil.



Ali ficámos de pé

juntos soldados e povo

para mostrarmos como é

que se faz um país novo.



Ali dissemos não passa!

E a reacção não passou.

Quem já viveu a desgraça

odeia a quem desgraçou.



Foi a força do Outono

mais forte que a Primavera

que trouxe os homens sem dono

de que o povo estava à espera.



Foi a força dos mineiros

pescadores e ganhões

operários e carpinteiros

empregados dos balcões

mulheres a dias pedreiros

reformados sem pensões

dactilógrafos carteiros

e outras muitas profissões

que deu o poder cimeiro

a quem não queria patrões.



Desde esse dia em que todos

nós repartimos o pão

é que acabaram os bodos

— cumpriu-se a revolução.



Porém em quintas vivendas

palácios e palacetes

os generais com prebendas

caciques e cacetetes

os que montavam cavalos

para caçarem veados

os que davam dois estalos

na cara dos empregados

os que tinham bons amigos

no consórcio dos sabões

e coçavam os umbigos

como quem coça os galões

os generais subalternos

que aceitavam os patrões

os generais inimigos

os generais garanhões

teciam teias de aranha

e eram mais camaleões

que a lombriga que se amanha

com os próprios cagalhões.

Com generais desta apanha

já não há revoluções.



Por isso o onze de Março

foi um baile de Tartufos

uma alternância de terços

entre ricaços e bufos.



E tivemos de pagar

com o sangue de um soldado

o preço de já não estar

Portugal suicidado.



Fugiram como cobardes

e para terras de Espanha

os que faziam alardes

dos combates em campanha.



E aqui ficaram de pé

capitães de pedra e cal

os homens que na Guiné

aprenderam Portugal.



Os tais homens que sentiram

que um animal racional

opõe àqueles que o firam

consciência nacional.



Os tais homens que souberam

fazer a revolução

porque na guerra entenderam

o que era a libertação.



Os que viram claramente

e com os cinco sentidos

morrer tanta tanta gente

que todos ficaram vivos.



Os tais homens feitos de aço

temperado com a tristeza

que envolveram num abraço

toda a história portuguesa.



Essa história tão bonita

e depois tão maltratada

por quem herdou a desdita

da história colonizada.



Dai ao povo o que é do povo

pois o mar não tem patrões.

– Não havia estado novo

nos poemas de Camões!



Havia sim a lonjura

e uma vela desfraldada

para levar a ternura

à distância imaginada.



Foi este lado da história

que os capitães descobriram

que ficará na memória

das naus que de Abril partiram



das naves que transportaram

o nosso abraço profundo

aos povos que agora deram

novos países ao mundo.



Por saberem como é

ficaram de pedra e cal

capitães que na Guiné

descobriram Portugal.



E em sua pátria fizeram

o que deviam fazer:

ao seu povo devolveram

o que o povo tinha a haver:

Bancos seguros petróleos

que ficarão a render

ao invés dos monopólios

para o trabalho crescer.

Guindastes portos navios

e outras coisas para erguer

antenas centrais e fios

dum país que vai nascer.



Mesmo que seja com frio

é preciso é aquecer

pensar que somos um rio

que vai dar onde quiser



pensar que somos um mar

que nunca mais tem fronteiras

e havemos de navegar

de muitíssimas maneiras.



No Minho com pés de linho

no Alentejo com pão

no Ribatejo com vinho

na Beira com requeijão

e trocando agora as voltas

ao vira da produção

no Alentejo bolotas

no Algarve maçapão

vindimas no Alto Douro

tomates em Azeitão

azeite da cor do ouro

que é verde ao pé do Fundão

e fica amarelo puro

nos campos do Baleizão.

Quando a terra for do povo

o povo deita-lhe a mão!



É isto a reforma agrária

em sua própria expressão:

a maneira mais primária

de que nós temos um quinhão

da semente proletária

da nossa revolução.



Quem a fez era soldado

homem novo capitão

mas também tinha a seu lado

muitos homens na prisão.



De tudo o que Abril abriu

ainda pouco se disse

um menino que sorriu

uma porta que se abrisse

um fruto que se expandiu

um pão que se repartisse

um capitão que seguiu

o que a história lhe predisse

e entre vinhas sobredos

vales socalcos searas

serras atalhos veredas

lezírias e praias claras

um povo que levantava

sobre um rio de pobreza

a bandeira em que ondulava

a sua própria grandeza!

De tudo o que Abril abriu

ainda pouco se disse

e só nos faltava agora

que este Abril não se cumprisse.

Só nos faltava que os cães

viessem ferrar o dente

na carne dos capitães

que se arriscaram na frente.



Na frente de todos nós

povo soberano e total

que ao mesmo tempo é a voz

e o braço de Portugal.



Ouvi banqueiros fascistas

agiotas do lazer

latifundiários machistas

balofos verbos de encher

e outras coisas em istas

que não cabe dizer aqui

que aos capitães progressistas

o povo deu o poder!

E se esse poder um dia

o quiser roubar alguém

não fica na burguesia

volta à barriga da mãe!

Volta à barriga da terra

que em boa hora o pariu

agora ninguém mais cerra

as portas que Abril abriu!



                                        Ary Dos Santos

quarta-feira, 10 de março de 2010

Aperta mais dois buraquinhos no cinto!

P.E.C.


Ligo a tv, ponho nas noticias e uma vez mais deparo-me com mensagens de apelo ao aperto do cinto…

Não digo que as medidas tomadas pelo governo não sejam importantes, mas pergunto-me se a congelação dos salários reais na função pública não serão um mau augúrio para o tão prometido aumento para 500€ no sector privado…o qual passou por um sem fim de negociações, felizmente ineficazes, para que não se chegasse ao valor estipulado de 475€ para este ano.

Adiante! É preciso estar um pouco atento as estas medidas pois, apontasse o facto com muita insistência de que quem vai pagar a “despesa” é a classe média, mas também existem muitos pensionistas que irão pagar mais!

Falei na classe média, mas da alta…não se fala! Os grandes donos de fortunas no mínimo abismais, aqueles que não declaram na totalidade os seus rendimentos são deixados de parte enquanto o Zé vai pagando a factura, como já é da praxe.

Deixo alguns conselhos que sei, serem dados por muita gente, mas completamente ignorados pelos visados: redução de salários, carros mais baratos e de preferência a serem mantidos durante toda a posse do cargo, ao contrário do habitual que é comprar um todos os anos à custa de dinheiros públicos, sendo que também seria bom reduzir em despesas de viagens, ajudas de custo, subsídios de deslocação, dias de férias…jantares!

Vou parar de bater na classe política, outra ideia seria taxar ainda mais os gestores, e os 45% de taxa deviam ser aplicados a partir dos 70000€, responsabilizando ainda os gestores por eventuais erros danosos para a economia como por exemplo as derrapagens orçamentais em obras públicas e privadas que no fim são todas pagas pelos contribuintes, sendo que se esses valores fossem deduzidos nos salários e bónus desses senhores de certeza que as contas não seriam tão discrepantes em relação aos valores inicialmente orçamentados.

Uma boa medida é a tributação das mais-valias da bolsa, ou seja, os contribuintes que detenham acções há mais de um ano passam a estar sujeitos a uma taxa de 20%.

Quanto às privatizações, apesar do previsto encaixe de 6 mil milhões, parece-me, penso eu, que a longo prazo talvez se revele uma má medida, uma vez que são estas mesmas empresas (Galp, EDP, Ren, entre outras) que dão neste momento receita ao Estado.

terça-feira, 9 de março de 2010

Retratos da Cidade Branca

Onde estão os meus amigos?


Remotas memórias

Saltitam

Pululam

Cheiros / odores / miragens

O café

O sorriso

Olá como está!

E outras encenações

A novidade

A vizinha do 3º fugiu, amanhã vem no jornal



Ai..a imperial da Munique

Os destemidos tremoços

Moços, maçons

Canalha / navalha

Pensa coração

Amigos onde estais?



A sueca com minis à mistura

O relato da bola

A malha / copo de 3

A feira do relógio

O relógio da feira

Sandes de couratos / vinhos de Torres

Jogging de Marvila



Domingo

Especialmente domingo

Barbeados / dentes lavados

E martinis no plástico labrego

Alumínio / moderno / kitch / mau gosto

12 cordas / mãozinhas

Salteadores da razão perdida

Perdidos / enjaulados

Correio da manhã

O cú da vizinha do 9ºB

Regalo para a vista

Suplemento a cores com salários em atraso



E a Lisnave / petroquímica

Cancros do meu Tejo

Apodrecendo lentamente o azul das águas

E eu impotente / cinemascope / 35 milímetros de mim

A raiva afogada entre cubaslibres e pernas de mulheres

Que não são putas nem são falsas nem são nada

São pernas de mulheres e cubaslibres simplesmente



Paga-se a saudade com cartão de crédito



Táxi

Leva-me para onde está o meu amor

Táxi

Leva-me para lá de mim

Táxi

Atropela-me os sentidos e a alma para não deixar vestígios
 
 
                                                       Sam The Kid, Album "Pratica(mente)

domingo, 7 de março de 2010

Sacanas sem lei

Penso que seja um bom rótulo para o nosso país, face aos actuais e inúmeros casos mediáticos em que, infelizmente, vemos a nossa classe política envolvida.

Tudo começa com o caso da universidade independente, e a

Eventual não licenciatura do sr. Engenheiro.

De seguida temos o freeport, os alegados favorecimentos,as possíveis pressões a classe da magistratura, rolam algumas cabeças no ministério publico, mas a classe politica segue incólume, como se nada passa-se.

Passemos então ao próximo e mais actual de todos os casos:

A alegada tentativa de compra da tvi com o intuito de controlar a comunicação social e assim silenciar algumas vozes incomodas.

Muita tinta escorreu sobre a violação do Estado de Direito,

Muito se falou, mas como vem sendo hábito nada se fez…

A única coisa que se faz é um sucessivo passar da borracha sobre um caso sempre que surge um novo, mantendo assim o povo entretido.

Parece-me a mim que desde há muito tempo, não se vive num Estado de Direito, mas sim num Estado de Sítio, um em que em vez de se privar o domínio publico de algumas liberdades para sua própria defesa, se priva esse mesmo publico das suas liberdades e direitos para interesse não do Estado mas daqueles que supostamente deveriam representar os interesses dos eleitores.

Quanto a oposição, cujo interesse deveria ser a resolução de todos os problemas que assolam o nosso país, passaram exclusivamente a perseguir o governo duma forma tão voraz que os vejo, partido por partido, quase transfigurados em claques desportivas a pedir: “Só mais um!” ” Só mais um!”. Só mais um caso… e todos continuam impunes, é preciso uma resolução, atribuir as culpas e punir exemplarmente que tem culpa no cartório.

Princípio

Pensei muito sobre o facto de começar um blog… afinal, o que tenho eu a acrescentar de novo a um universo tão extenso e repleto de boas ideias e excelentes opiniões sobre as mais diversas áreas do pensamento,talvez comédia e da actualidade? A resposta? Talvez absolutamente nada, vou encarar este “projecto” como um sítio onde deixar opiniões ou pensamentos pessoais, que poderão, ou não, ser de algum interesse para quem quer que leia, nem que sejas só tu que tanto me incentivas-te, a mim, que continuo sem perceber o porquê… mas se tu o dizes…